USF Oceanos

A Unidade de Saúde Familiar Oceanos iniciou a sua atividade assistencial no ano 2000, ainda como RRE, e mais tarde em 2008, como Modelo B, na Missão para os Cuidados Primários do Ministério da Saúde. Somos 25 elementos (nove médicos, nove enfermeiros e sete secretárias clínicas) organizados por equipas de saúde multidisciplinares direcionadas para os cuidados de saúde primários ao utente/ família/ comunidade.

A USF Oceanos está integrada na Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE, que inclui o Hospital Pedro Hispano e restantes Unidades de Saúde do Concelho de Matosinhos. Esta relação próxima dos Cuidados Primários e Hospital proporciona um acompanhamento integral dos utentes da comunidade nas diferentes fases da vida e na prevenção, tratamento, recuperação e continuidade de cuidados.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Cera nos Ouvidos


Cera nos Ouvidos faz mal à audição? Devo removê-la?

Uma questão muitas vezes levantada pelos utentes é aquela relacionada com a produção de cerúmen (cera) nos ouvidos.
É um processo natural, sendo de salientar que o próprio ouvido tem mecanismos para que o cerúmen seja direccionado para a entrada do canal auditivo externo (figura 1). Basicamente, o ouvido apresenta um “sistema de limpeza automático” que provoca a deslocação da cera do interior para o exterior do canal auditivo externo.


          Figura 1 – Imagem ilustrativa da estrutura anatómica do ouvido. (sobiologia.com)


Devo limpar os ouvidos? Uso cotonetes?

Não se devem inserir objectos no interior do canal auditivo externo, uma vez que há o risco de estes serem introduzidos profundamente, empurrarem ainda mais o cerúmen e, em última instância, originarem rolhões de cerúmen (são acumulações excessivas de cera que ocluem o canal auditivo externo e podem levar à diminuição da acuidade auditiva) e/ou provocar a ruptura da membrana timpânica (tímpano). Sendo assim, basta limpar o orifício externo do ouvido com uma toalha ou compressa molhada. As conhecidas e tão utilizadas cotonetes são prescindíveis e, se utilizadas, deverão apenas estar limitadas à entrada do canal auditivo externo e ao pavilhão auricular.



Figura 2 – Rolhão de cerúmen no canal auditivo externo. (www.sinuscentro.com)


- E se começar a ouvir mal?

Existem múltiplas causas que podem estar na base de uma diminuição da acuidade auditiva, entre as quais, a acumulação de cerúmen, a ruptura da membrana timpânica, a disfunção da cadeia de ossículos do ouvido médio ou, até mesmo, a lesão do nervo auditivo.
Se notar diminuição da audição de um ou dos dois ouvidos deverá dirigir-se ao seu Médico de Família ou otorrinolaringologista assistente.
Se notar surdez súbita, dever-se-á deslocar ao Serviço de Urgência de Otorrinolaringologia pois pode tratar-se de um caso onde uma actuação precoce pode fazer a diferença entre a manutenção ou a perda de audição.

- E os sprays para remover a cera? E as gotas?

Os sprays, amplamente divulgados pelos meios de comunicação social, não são necessários para a limpeza do ouvido, já que o próprio organismo se encarrega disso (como explicado previamente).
Mesmo em casos de acumulação excessiva de cera, podemos optar por duas soluções consoante a quantidade e a consistência do cerúmen: gotas para colocação no canal auditivo externo que têm a função de “amolecer” a cera e, consequentemente, facilitar a sua saída ou, nos casos de rolhões de cera de consistência dura, nos dirigirmos a um otorrinolaringologista para este proceder à sua remoção (com/sem lavagem) com todos os meios técnicos necessários e menos risco de se verificar uma perfuração timpânica.

                                               Ângela Soares – Médica de Medicina Geral e Familiar