USF Oceanos

A Unidade de Saúde Familiar Oceanos iniciou a sua atividade assistencial no ano 2000, ainda como RRE, e mais tarde em 2008, como Modelo B, na Missão para os Cuidados Primários do Ministério da Saúde. Somos 25 elementos (nove médicos, nove enfermeiros e sete secretárias clínicas) organizados por equipas de saúde multidisciplinares direcionadas para os cuidados de saúde primários ao utente/ família/ comunidade.

A USF Oceanos está integrada na Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE, que inclui o Hospital Pedro Hispano e restantes Unidades de Saúde do Concelho de Matosinhos. Esta relação próxima dos Cuidados Primários e Hospital proporciona um acompanhamento integral dos utentes da comunidade nas diferentes fases da vida e na prevenção, tratamento, recuperação e continuidade de cuidados.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Pediculose - A caça aos piolhos


  O QUE É?

A pediculose é uma infestação causada por um parasita, o piolho. Existem 3 tipos de piolhos: o piolho da cabeça, do corpo e da região púbica. Os piolhos da cabeça aparecem frequentemente em crianças em idade escolar, estes não atacam os outros locais do corpo. Apesar da pediculose da cabeça ser mais comum na infância, esta pode aparecer em qualquer faixa etária, e em qualquer classe social, não havendo relação com a higiene.


DE QUE SE ALIMENTAM OS PIOLHOS?

Os piolhos da cabeça alimentam-se de sangue humano.
Durante a picada o piolho liberta uma anestesia local, pela saliva, desta forma não se sente dor aquando da picada.


CICLO DE VIDA DO PIOLHO

  1. O piolho fêmea durante o seu ciclo de vida (cerca de 30 dias) pode depositar 50 a 250 ovos (conhecidos como lêndeas, caracterizadas por uma coloração branco perola);
  2. Após 6 a 9 dias as lêndeas dão origem ao piolho jovem, sendo que, 9 a 12 dias após a evolução para piolho jovem, este passa a piolho adulto atingindo a capacidade de se produzir.
  3. O piolho localizando-se mais frequentemente na nuca e atrás das orelhas (estes são locais mais favoráveis para o seu desenvolvimento).
  4. O piolho sobrevive de 15 a 20 horas fora do couro cabeludo, sendo que depois morre por desidratação.


COMO SE TRANSMITE?

ü    Através do contacto direto cabeça com cabeça;
ü    Através da partilha de objetos contaminados como: bonés, pentes, bandoletes, ganchos, cachecóis, entre outros;
ü    Pela presença de piolhos na roupa da cama, no vestuário, nos sofás e cadeiras de transporte e outros objetos.


OS PIOLHOS SALTAM OU VOAM?

Os piolhos não têm asas para voar, e as suas patas não estão preparadas para saltar.


TEM PIOLHOS OU LÊNDIAS… E AGORA?

Deve avisar a escola da criança da contaminação/ avisar o local de trabalho, no entanto após executado o tratamento adequado deve voltar para a escola.


COMO SE TRATA?

ü  Usar um desparasitante

Existem, hoje em dia, vários desparasitantes no mercado. Para que a utilização seja eficaz deve-se fazer duas aplicações do produto no cabelo seco:
1. A primeira aplicação mata sobretudo os piolhos adultos e jovens;
2. Após 7 a 14 dias da primeira aplicação. Esta aplicação mata os piolhos que entretanto saíram das lêndeas.
 O produto deve ser aplicado na raiz do cabelo e até 1 a 2 cm (local onde os piolhos habitam)
ü     Depois de aplicar o desparasitante pentear o cabelo com um pente de dentes finos
                        -Usar diariamente
  
Produtos disponíveis no mercado para o tratamento:

ü    Permetrina a 1%:
 Aplicar a espuma no cabelo seco em especial a raiz do cabelo durante 10 minutos, pode usar em crianças com mais de 6meses de idade;
ü    Produtos que causam desequilíbrio osmótico:
Em que os princípios ativos são complexos oleosos e siliconados que envolvem completamente os piolho, formando um filtro oclusivo que obstrui os seus espiráculos, assim os pilhos não conseguem eliminar a água e ocorre a rotura intestinal morrendo: Estes são:
o          Dimeticone 4%:Manter no cabelo 1ª hora, lavar novamente e secar. Pode ser usado em crianças com mais de 6 meses de idade.
o          Dimeticone: Manter no cabelo durante 1ª hora. Pode ser utilizado em crianças com mais de 3 anos.
o          Oxyphthirine: Manter no cabelo por 8 horas. Pode ser usado em crianças com mais de 6meses de idade.
o          Óleos minerais + silicone: Aplicar no cabelo seco durante 15 minutos. Pode ser usado em crianças com mais de 6meses de idade.
o          Derivados de óleo de coco, EDTA, trietanolamina: Aplicar no cabelo seco durante 15 minutos. Pode ser usado em crianças com mais de 2 anos de idade.
o          Óleo de noz de coco e óleo essencial de anis: Aplicar no cabelo seco durante 15 minutos. Pode ser usado em crianças com mais de 2 anos de idade.
   

CUIDADOS COM OS OBJETOS

ü  Retirar piolhos e lêndeas mortas do cabelo
ü  No dia em que aplica o desparasitante deve ter alguns cuidados com os objetos em que possa ter piolhos ou lêndeas, uma vez que os piolhos sobrevivem 24 horas fora do coro cabeludo:
ü    Tudo o que não puder ser lavado deverá ser fechado num saco de plástico durante 2 semanas
ü    Lavar a roupa, toalhas, lençóis, objetos de todos os que têm piolhos a 60ºC, ou limpo a seco, se usados à menos de 24 horas
ü    Os pentes ou objetos de cabelo, lavar com desinfetante (álcool) ou com água a ferver se usados à menos de 24 horas
ü    Aspirar sofás, tapetes e cortinados


É POSSÍVEL PREVENIR A PEDICULOSE?

ü    Vigiar a cabeça das crianças pelo menos uma vez por semana
ü    No caso de infestação na escola vigiar a cabeça das crianças todos os dias
ü    Não usar roupa nem objetos de quem possa estar contaminado
ü    Lavar a cabeça de dois em dois dias
ü    Caso a criança tenha o cabelo comprido, deve usar o cabelo apanhado, uma vez que torna menos provável o contacto e as tentações de pentear o cabelo com objetos possivelmente contaminados.



Bibliografia
DIAS, A et al.- Pediculosis capitis - Revisão teórica e modalidades de tratamento. Hospital Pediátrico de Coimbra. Saúde Infantil.  Set. 2009. p63-67
DIAS, A; SALGADO, M – Pediculose na cabeça, guia para os pais. Hospital Pediátrico de Coimbra. Saúde Infantil. Set. 2010
GENERALITAT DE CATALUNYA DEPARTAMENTE DE SALUT- Tratameinto de la pediculosis capitis y la sarna humana. Vol. 20  nº 7 ISSN 1579-9441. 2008 
(Artigo baseado na formação "Pediculose - A caça ao piolho" da estagiária de enfermagem Emília Pinto)