USF Oceanos

A Unidade de Saúde Familiar Oceanos iniciou a sua atividade assistencial no ano 2000, ainda como RRE, e mais tarde em 2008, como Modelo B, na Missão para os Cuidados Primários do Ministério da Saúde. Somos 25 elementos (nove médicos, nove enfermeiros e sete secretárias clínicas) organizados por equipas de saúde multidisciplinares direcionadas para os cuidados de saúde primários ao utente/ família/ comunidade.

A USF Oceanos está integrada na Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE, que inclui o Hospital Pedro Hispano e restantes Unidades de Saúde do Concelho de Matosinhos. Esta relação próxima dos Cuidados Primários e Hospital proporciona um acompanhamento integral dos utentes da comunidade nas diferentes fases da vida e na prevenção, tratamento, recuperação e continuidade de cuidados.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Manual para uma Alimentação Inteligente - coma melhor, poupe mais





Este é um manual da DGS criado para ajudar as pessoas a 
Planear
Comprar
Confecionar
 e 
Conservar

melhor os alimentos pois estes são os elementos chave para uma
BOA GESTÃO!


A nova Roda dos Alimentos foi produzida pela Direção-Geral do Consumidor, ex-Instituto do Consumidor/FCNAUP.

Designado pela Organização Mundial de Saúde como um dos maiores desafios de saúde pública do nosso século, a obesidade é responsável por 10 a 13% das mortes na região Europeia. Neste contexto, vários intervenientes decidiram reunir-se num Consórcio para cruzar a experiência pública e privada, a fim de desenvolver ferramentas simples, adaptadas e divertidas de maneira a despertar a atenção dos consumidores para a alimentação saudável. 

A ingestão de calorias adequadas, menos açúcar, menos gorduras (especialmente as de origem industrial), e menos sal são receitas aparentemente simples, mas de elevada complexidade na prática do dia-a-dia quando o tempo é limitado e o existe desconhecimento de práticas alimentares saudáveis.

Baseado na Roda dos Alimentos conhecida de todos nós este manual ajuda-nos a criar rotinas e estar mais conscientes dos passos necessários para uma alimentação equilibrada e todos reconhecem que a alimentação equilibrada é, juntamente com a promoção do exercício físico, condição determinante para melhorar a saúde dos cidadãos, das famílias e da coletividade no seu conjunto.

Este Manual irá ajudar a ter hábitos mais saudáveis, melhor gestão e maior poupança em casa, algo que todos precisamos.




terça-feira, 21 de abril de 2015

Dermatite Seborreica

 ·   O que é a dermatite seborreica?
A dermatite seborreica, ou simplesmente seborreia, é um problema de pele comum, que se caracteriza por pele vermelha, comichão e descamação branca. Geralmente ocorre em áreas do corpo ricas em glândulas sebáceas, incluindo o couro cabeludo, face, tronco e costas. A forma mais ligeira de dermatite seborreica é a “caspa”.
A doença pode também afetar lactentes, conhecida, neste caso, como “crosta láctea”, e tende a resolver entre os oito e os 12 meses de vida.

·   O que causa a seborreia?
A causa da dermatite seborreica não está claramente estabelecida. Sintomas surgem de forma intermitente e podem piorar durante o frio. Exacerbações podem também ocorrer durante períodos de stress, alterações hormonais ou durante cursos de doença. Determinadas condições neurológicas, como a doença de Parkinson, podem aumentar o risco de desenvolver dermatite seborreica.

 · Quais os sintomas que acompanham a dermatite seborreica?
Lactentes/crianças – em crianças, a dermatite seborreica pode causar a conhecida crosta látea, que se caracteriza por vermelhidão e descamação gordurosa, mais frequentemente do couro cabeludo, mas também da face, canal auditivo, pescoço e área da fralda e outras pregas. Diferentemente dos adultos, a dermatite seborreica geralmente não causa prurido.
A patologia geralmente resolve sem tratamento em semanas a meses; contudo o tratamento deve ser usado se necessário.

Figura 1. Crosta láctea, envolvendo o couro cabeludo

Figura 2. Placas eritematosas húmidas, brilhantes, não-descamativas e confluentes envolvendo parte inferior do abdómen, virilha e nádegas são características da dermatite seborreica da área da fralda.






Adultos – A dermatite seborreica geralmente afeta os locais ricos em glândulas produtoras de óleo, incluindo o couro cabeludo e face; a descamação do couro cabeludo (“caspa”) é a forma mais ligeira da dermatite seborreica. Pode também ocorrer nas orelhas, sobrancelhas, nos sulcos naso-geniano e naso-labial e na região esternal. Nos homens, a área da barba também pode estar envolvida.
Sintomas comuns da doença incluem eritema, descamação gordurosa, manchas e prurido nos locais afetados.



Figura 3. Eritema difuso e descamação do couro cabeludo




·   Como é tratada?
A dermatite seborreica é facilmente controlada com a combinação de medidas conservadoras e o tratamento medicamentoso.

Tratamento da dermatite seborreica nos lactentes – Embora a crosta láctea resolva geralmente sem tratamento, este pode ser necessário em alguns casos. Sugestões de tratamento incluem:
1.    Lavagens frequentes com champô próprio de bebés e posterior remoção suave da crosta com escova macia;
2.       Aplicação de pequena quantidade de emoliente (vaselina branca, óleo vegetal, óleo mineral ou óleo de bebé) para queda da escama, seguida de massagem com uma escova macia e lavagem com champô de bebé não medicamentoso.
Se a crosta láctea persistir com estas medidas, deve recorrer ao médico assistente para o seu filho ser consultado. Nestes casos, pode recomendar a aplicação tópica de um corticoide fraco ou a lavagem com champô anti-fúngico.

Tratamento da dermatite seborreica do adulto – Nestes casos, a doença é uma condição crónica. Tratamento de manutenção a longo-prazo é frequentemente necessário.

Tratamento da caspa – Pode ser tratada com champô anti-caspa. Vários tipos de champô estão disponíveis, sendo a principal diferença o princípio ativo. Todos estes tratamentos são igualmente eficazes após quatro semanas de tratamento.
·         Sulfureto de selénio (Selenix ®)
·         Alcatrão (KPL ®, Polytar ®, Tarmed ®)
·         Piritionato de zinco (Head and Shoulders, Z.P. Dermil ®)
·         Cetoconazol (Nizoral 1% ®, Tedol ®, Cetoconazol genérico)

Para melhores resultados, o champô deve atuar durante 5 a 10 minutos antes de enxaguar. Numa fase inicial deve ser usado diariamente até aos sintomas melhorarem. Estes champôs podem ser usados pelo tempo necessário. Com a resolução dos sintomas, estes champôs devem ser usados três vezes por semana. Se um destes champôs não resolver os sintomas após quatro a seis semanas, um champô diferente deve ser tentado.
Se os sintomas não resolverem com estas medidas, deverá recorrer ao seu médico assistente para avaliação da necessidade de corticoide tópico ou agentes anti-fúngicos para tratar a comichão e a inflamação.

Ter caspa não significa que o couro cabeludo é muito seco... Neste caso é importante lavar o cabelo com mais frequência!

Dermatite seborreica diferente do couro cabeludo – A dermatite seborreica da face, tronco e pregas geralmente é tratado com corticoide tópico ou agentes anti-fúngicos.
Os corticoides de baixa potência tópicos podem ser tentados inicialmente, aplicados uma ou duas vezes por dias até melhoria dos sintomas. Se os sintomas não melhorarem após duas semanas de tratamento, deverá consultar um médico.

·         Existe cura para a seborreia?
Se a dermatite seborreica é secundária a um problema médico, esta pode desaparecer com o controlo da doença subjacente. Contudo, para a maioria das pessoas a seborreia é um problema crónico, que pode ser controlado com uma boa higiene e pelo uso da preparação adequada.


(Artigo baseado em: "Quando a caspa não é apenas uma questão de sujar os ombros..." da  Médica Interna FE MGF Albina Oliveira)



segunda-feira, 13 de abril de 2015

Os desagradáveis vómitos




Os vómitos resultam da expulsão do conteúdo alimentar do estômago de forma involuntária. Podem ter inúmeras etiologias entre as quais a infeciosa (nas quais se encontra a conhecida “gastroenterite” e que muitas vezes se associa a diarreia), as perturbações do canal auditivo interno (por exemplo, o síndrome vertiginoso), as metabólicas e outras.

Quando temos um episódio de vómito, devemos fazer uma pausa alimentar de 30 minutos e, gradualmente, iniciarmos a ingestão de líquidos (água ou chá com adição de açúcar, formulações hidroeletrolíticas pediátricas ou para adultos) em pequenas quantidades consoante a nossa tolerância.


No caso das crianças, a maior parte dos quadros de vómitos não implica o tratamento com agentes farmacológicos como a metoclopramida e a domperidona, sendo episódios transitórios e resolúveis apenas com medidas dietéticas. Nos adultos, podemos utilizar estes fármacos como co-adjuvantes.

Depois da tolerância dos líquidos, devemos introduzir progressivamente alimentos de maior consistência mas mantendo uma dieta alimentar restritiva em legumes verdes/crus, frutos crus, laticínios, gorduras, molhos. Deveremos preferir a confeção dos alimentos sob a forma de cozidos, grelhados e estufados, sendo a sopa branca de arroz, cenoura e cebola uma boa alternativa (a canja, contrariamente ao que se pensa, não é uma boa aposta, pois resume-se a água, gordura e frango). Para uma sobremesa, a gelatina ou a pêra/maçã cozida são boas opções.

Contudo, se os vómitos persistirem, se se sentir fraco e até com a sensação que vai desmaiar deve procurar ajuda médica. Outros sinais de alarme, são os vómitos esverdeados, acastanhados ou com conteúdo hemático, e ainda aqueles associados a sintomas como a dor abdominal contínua, febre que persiste por mais de três dias. A salientar-se que no caso dos recém-nascidos com vómitos de repetição, estes devem ser encaminhados para o serviço de urgência hospitalar.

BIBLIOGRAFIA:
1 – Singhi SC, Shah R, Bansal A, Jayashree M, Management of a Child with Vomiting. Indian J Pediatr. 2013 Jan 23
2 – Espí M., Cabañero J. Vómitos. Protocolos diagnóstico-terapéuticos de Urgencias Pediátricas SEUP-AEP
3 – Lima RS, Dias JA. Gastroenterite Aguda. Nascer e Crescer 2010; 19(2): 85-90
4 – Carlo Di Lorenzo, MD, Approach to the infant or child with nausea and vomiting, in www.update.com, last updated Jun 12, 2012
5 – Chandran L. and Chitkara M., Vomiting in Children: Reassurance, Red Flag, or Referral? Pediatrics in Review June 2008; 29:183-192; doi:10.1542/pir.29-6-183
 6 – Coelho J. et al, Vómitos. Orientações Técnicas UPIP. 249-256
7 – NASPGHAN, Pediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition Handbook, 1.º edição
8 – Direção Geral de Saúde (DGS), Orientações Técnicas nº 14.
9 – Holliday MG, Segar WE. Pediatrics, 1957; 19: 823-832.
10 – Yilmaz HL et al. Clinical Trial. Aliment Pharmacol Ther. 2010 ; 31 : 52-91.
(Artigo baseado em: "Doutor, estou com vómitos e agora?" das  Médicas Internas FE MGF Ângela Soares e Albina Oliveira)