Chegou a Primavera e com ela um aumento tendencial da presença de pólenes no ar.
«Ter alergias na primavera é ter a vida afetada, é deixar de ir, de fazer, de viver», descreve Mário Morais de Almeida, presidente da SPAIC. Em doentes alérgicos aos pólenes, «situação que poderá interessar a dois milhões de portugueses», esta época do ano torna-se a mais problemática, pois em «cada contacto com estes agentes, que se encontram muito concentrados na atmosfera, o organismo como que explode numa resposta exagerada, tentando combater a agressão, espirrando, tossindo, obstruindo as vias aéreas (o que leva à falta de ar), coçando e produzindo secreções», explica. O alergologista esclarece ainda que, ao contrário do que geralmente se pensa, «na alergia existem defesas a mais e não falta das mesmas».
Se suspeita ter uma alergia respiratória (devido a sintomas como espirros, prurido nasal, tosse e fadiga), deve ir ao especialista. Cerca de 40% dos pacientes com rinite podem ter asma associada a tosse, dor no peito ou fadiga.
- Não se resigne
Há uma «falsa sensação» de que as alergias respiratórias têm pouca importância, no entanto, cerca de 50% dos pacientes apresentam limitações na sua vida diária.
- Siga o tratamento indicado
A expressão «a alergia passa com a idade», está, de acordo com Mário Morais de Almeida, «muito distante da realidade». Saiba que existem medicamentos muito seguros e eficazes, que «não dão sono, não alteram o apetite e dominam a alergia». Existem também vacinas antialérgicas que «podem modificar o curso das alergias e quase que podem levar à sua cura», refere o especialista.
- Escolha o exercício adequado
Exceto quando está sob uma reação asmática, é bom praticar desporto para melhorar a resistência do organismo. A natação é uma boa opção.
- Rinite alérgica
Nariz tapado, comichão, espirros e pingo no nariz, logo que o alergénio entra no nariz levado pelo ar.
- Conjuntivite alérgica
Inchaço, vermelhidão e comichão em ambos os olhos, num determinado ambiente, local ou época do ano.
- Asma
Tosse, falta de ar, chiadeira no peito, que surge subitamente, em determinados locais, após constipações, com o exercício ou no local de trabalho.
- Dermatite atópica
Também chamada eczema, surge com vermelhidão, comichão, descamação da pele, por exemplo na face, dobras dos cotovelos ou joelhos.
Alergia da pele que provoca manchas e pápulas que dão muita comichão. Os episódios são, muitas vezes, desencadeados por infeções, certos alimentos, medicamentos e stresse.
- Anafilaxia
É a forma mais aparatosa e grave da alergia. Surge em poucos minutos após
o contacto com o elemento que provoca a alergia (alimento, medicamento, picada de abelha ou vespa, contacto com borracha/látex, entre outros fatores), com inchaço, calor, urticária, espirros, falta de ar e sensação de desmaio.
Se não for tratada imediatamente com adrenalina injectável, esta alergia pode levar à perda de consciência, choque e acabar por ser fatal.
- Sinusite e otite média
Apesar de, por si só, não serem doenças alérgicas, com muita frequência associam-se e complicam a rinite. A inflamação aguda ou crónica das cavidades em volta do nariz, atrás das maçãs do rosto e nos ouvidos, é muitas vezes uma extensão da inflamação alérgica que, pelo seu carácter crónico, facilita as infeções.
Artigo baseado no texto de Cláudia Vale da Silva com Mário Morais de Almeida (presidente da Sociedade de Alergologia e Imunologia Clínica) em Prevenir